O papel está branco,
a minha mente fervilha...
são imensas as palavras
as pessoas,
tantas as ideias
que nada consigo transcrever
no branco da folha de papel.
Sinto saudades daqueles momentos
íntimos e infinitos
onde a caneta não pára
não consegue parar,
cansado a mão
deixando os dedos entorpecidos,
doridos,
mas oferecendo um brilho
ao meu olhar!
Sinto que necessito
de ver o mar
aquele infinito azul
as ondulações, fortes ou suaves
tal como o nosso estado de espírito.
Que saudades de me deslumbrar
com um por de sol à beira mar!
O cheiro da maresia
o vento fresco
que nos gela o corpo
mas acalma a mente
fervente...
O som das ondas
vigorosas
a embater nos rochedos
imponentes
tal como as nossas memórias.
O sol a reflectir
feixes de luz
no azul
que nos ajudam a entender a nossa cruz
o nosso fadário
bom ou mau,
tal como um núncio
que nos revela
que tem que ser assim.
Sentir a gélida
agua do mar
a rocegar nos meus pés
regressando para trás,
tal como um íman
voltando a passar
ao de leve
mesmo no ponto
onde a areia faz fronteira
entre o seco e o molhado
tal como o limite
de ser ou não ser amado.
Encher as mãos de areia
e vê-la a escorrer
por entre os dedos
assim como os anos passam
e nem nos apercebemos...
Sentirmos-nos vivos
nesta imensidão
de azul infinito
vivos e imponentes,
ou apenas sobreviventes.
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